Há fases em que sou tal qual uma bomba.
Basta cortar o fio errado e rebento.
Todavia, torno-me um cordeiro que coloca os olhos para dentro e arranco o coração.
Digo sempre ao pastor que me tire a lã. Não servirá para tecer.
Envergarei a vergonha, qual tortura da inquisição.
Vagueio por prados do purgatório.
Não choro, mas corre a dor pelos orifícios que suporto.
Mania esta de flambear quem me rodeia.
Culpa? em parte sim, alivia-me a essência de malvadez.
Paro sempre para beber do sono que Morfeu traz numa gamela.
O pastor nada sabe, perdoa-me.
Não me perdoarei nunca.
Embora a faca de dois gumes me pique e faça arder.
27 de Agosto de 2008