Finos raios de um final de tarde penetram a janela que se ajeita da forma como lhe convêm.
Teu corpo esguio, lambido por esses raios faz-me lembrar uma estátua grega que se venera.
Observo por entre um esgueirar dos olhos que se abrem.
Vacilo entre dizer que não te mexas ou que me deixes te amar.
Imóvel, deleito-me a pensar que poderei verter o universo em teu corpo para ter o sublime prazer de girar e me deitar nos anéis de Saturno.
O teu cheiro desliza até mim, o meu corpo entra em ebulição.
Pé-ante-pé aproximo-me de ti, banho-me com o cruzar do sol e luar.
Peço às paredes que se afastem, quero-te só nesse dormir profundo.
Quando me debruço para teu corpo beijar não te encontro.
O dia levou-te deixando que a labareda do desejo me consumisse...
22 Abril 2009
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