É no adeus que se perde o sentir, o saber quem somos.
Um aceno, um beijo que cai da boca, a lágrima que rola entre olhares perdidos, quase vagos.
Desfia-se um até já sem se notar que os dedos sangram de dor.
Que adianta lamentar, num minuto tudo é levado: o cheiro, o toque, a tesão que rebentou e fragmentos deixou.
É no adeus que nos chega o fado dos amantes, dos que temem não haver amanhã.
Rolo no veludo da noite, acalma a angústia.
Cândida é a forma como projecto o que sinto, ninguém vê, ninguém notará.
Embalo as palavras, deita-las-eis no berço do meu grunhir.
Até já, nunca um até amanhã.
Não suportarei a enfermidade de te saber só até me encontrares.
31 Maio 2009
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