A luz que o candeeiro reflecte, pisca como que num código morse. A penumbra já não mata em pequenas porções o tempo. Os ponteiros lutam, descai o dia sob meus olhos, pensamento que te procura.
O cheiro que te aspira num atchim, erguem-se as paredes num todo, toco o betão, estás aí, eu sei. Estás entre tijolos, quero partir as vigas, parte-se o beijo que entre as gretas te dou.
Uma mão, grande, bate-me. Afasta-me do doce, da gula, que pecado tão feio.
Armam-me em poeta de rua, esperam que declame as pedras, as melancias que rolam do corpo da duquesa. As palavras não mentem, menos os dedos, de jorrada divirto o bobo, tomates me atiram.
Saio do palco, a mão tranca-me na cela, a luz que pisca, a ratazana que ri, estando nu crucifico-me na parede.
Palavras que se alojam em mim, anos vindouros será o louco que com as palavras fornicou, quando teu corpo a um toque estava...
13 Setembro 2010
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