Abrir de asas, leve roçar pela penumbra, chora alguém, um outro ri.
Distante, alguém que vibra com um orgasmo, gemer leve, intenso, gasto pelo calor dos corpos.
Esbracejar da rua que se estende, lambe as virtudes e taras despidas. Toca o lânguido jazz, ando e vejo, escrevo no ar. Agarro o desejo de ser livre entre o discernimento, o pudor que espreita a cada esquina.
Do nada, o silêncio que me suga, faz-me rodopiar tal qual um pião.
O meu corpo finge um final suado, exausto.
A noite em mim entrou, não quero mais estar aqui.
Atirem-me para o meio de ti, junto da liberdade de ser quem quero ser.
Morder teus lábios, tapar o acto com um lençol.
Despojar-me da ironia e ser a perversidade.
Asas, não as tenho. Porque haveria de ter?
Não sou Ícaro, apenas gay.
08 Junho 2009
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