À medida que a noite vai envelhecendo, saem do seu ventre, gemeres, lamentares, gritos, prazeres, angústias, fúrias...
Enruga-se a testa, ajeita o vestido, retoca a maquiagem.
As horas sempre pesadas, o eterno cigarro, sempre de gin na mão.
A eterna ansiedade do abraçar, beijar o raiar do dia.
Houve fases, quimeras esquecidas, em que um longo e efémero orgasmo experimentou.
Virgem não morrerá, vazio levará, a cândida tristeza a acompanhará.
Despida, longas linhas se descrevem. Rios de uma pele gasta, coçada aquando clamavam por ela.
Narcisistas, só pensavam neles, poemas, romances, tantos a escreveram mas nenhum na sua cama a deitou.
Sonhou ser a puta que tantas vezes viu, não a que o corpo vendia. Aquela que por pura tesão, loucura ou não os homens trincava.
Em nada se tornou, serve apenas os amantes como refúgio.
Toma um último trago de minutos, o raiar não irá tardar.
Excita-se, toca ao de leve nos seios, humedece a boca do pecado.
Quer um último orgasmo, pleno e intenso.
Abre as pernas, entra o amanhecer.
Explosão de luz, frenesim diário.
Faleceu a noite, não chorem os demais.
Rejuvenescida irá aparecer e outro lamento irá trazer.
28 Junho de 2009
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