Nudez, suspensa por dois beijos, obscuridade exígua que espelha uma lua a dormir.
Corpo calvo, ausência manual de uma carícia, limpidez sagaz do desejo.
Bebe o suave veneno, incolor, até sem dor nem prazer.
Um olhar revirado busca na tímida parede um adjectivo, uma excitação. Tão breve poderia ser o ai final.
Brancura em tons opacos se vislumbra.
Cai em fios uma leve chuva, teia, empobrecida pela saudade grotesca.
O nu, estendeu-se entre duas páginas coçadas, brisa que se solta.
Quão pecador, pecado, poderá ser feito entre o martelar de segundos.
Dispa-se o nu, que tente divagar entre o sonhar: amar não passa de uma sonolência, dormência em que o corpo teima em procurar o sentir.
Tu, sim, veste-me a alma, lava-me os olhos.
Na boca manterei o credo de amar.
13 de Junho de 2009
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