quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tenho muitas faces, facetas, sensos-comuns.
Poderei ser a dançarina de um cabaret, a puta mais reles. Quem sabe a lua que banha e se envolve na noite.
Perdi a noção da deixa que me deixaram, improviso sei-o bem.
Desfolha-me e em cada pétala que tocares, terás dor, paixão, sorriso, solidão...
Se pensas que sou o que sou, enganas-te, serei o que não pensaste somente e tão pouco quando deverias pensar que sou.
Olha para mim, abre-me a alma, tanta gente a despreza.
Tu, sim tu. Tocas-te, desencadeaste o mais profundo do meu eu.
Eu camuflado de arrogância, aspereza no falar.
Foi quando te deitaste nas minhas palavras, que eu soube me despir. Não tive dor, medo de estar nu.
Nudez frágil, sensível...
Quem eu sou?
Não o digas a ninguém...
18 Novembro 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Confesso, peco ao tentar beijar a loucura que transporto.
Fico absorto, devaneios que palpitam o meu corpo.
Abate-se em mim um estranho sentir, querer o exílio num exíguo espaço.
O confessionário não tem Deus, quem me ouve é algo transcendente.
Rasgo a roupa, sensação de paz. O fumo de mais um cigarro passeia em mim.
A meia haste grito. Não de prazer, desejo.
Talvez porque me apetece, não sei.
Medo, muito medo. Deixem-me na condição desenfreada e atónita do orgasmo.
Paradoxo que salta, deixo-me cair.
A portilhona fecha-se, terminou o início: Eu confesso.
Será minha penitencia, tão só minha fornicar com a insanidade quando amor poderia fazer.
13 de Novembro de 2009