domingo, 3 de junho de 2012

Não tenho lugar, não sou de tempo algum…
Perdi-me nos meandros de um purgatório, entre almas que divagavam por lamentos e dores celestiais/infernais.
Quem serei eu, se não uma partícula que se difunde no ar que o globo expulsa e se renova a cada pensar insano, pecaminoso…
Deram-me a lista dos pecados mortais, teria que escolher um dos sete que compõe o cardápio de chicotadas que se utiliza para atormentar as almas mais fracas.
Nenhum escolhi, serei o que ainda não foi inventado, observado, estudado pela teologia.
Salto de palavra em palavra, escorrego de quando em quando nas reticências. A boca que as vomitam não conheço, não seria agradável ver o rosto que lança tamanha vergonha.
Não sei que dia/hora estamos neste momento. De que vale o conhecimento desses pequenos entraves? O corpo move-se de qualquer forma, sendo que nesse sentido obtuso movimento-me por universos paralelos.
Admitindo sempre o uso da máscara de conhecedor do banal, corriqueiro. Todavia, o verdadeiro ser, não tem tempo ou lugar.
Ardilosa poderá ser a teia que compõe esta confusão.
Aí, corta-se o corpo em dois, coloca-se o vazio numa prateleira, etiqueta-se com uma validade infinita.
Espera-se que um alguém nos recolha, e trate de nos dizer quem somos…