segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A noite desmaia a teus pés.
Entre espaços respiras a saudade aquando a lembrança invade o olhar.
De longe esboço um soneto ao teu corpo.
Poderia ter-te mas perder-te-ia nas mãos do bom senso.
Estou aqui, descansa.
Ouço o Jazz que não gostas, não faz mal.
Sentas-te não sei onde, deixei de te ver.
Agora deambulo eu, vagamente atiro insultos.
A quem? Não interessa.
Esmoreço, agarro-me a um lampião.
Deixar-me-ei estar. O frio corta-me o escrever na luz nocturna.
Há-de haver outros que por aqui irão passar.
Lágrimas irão verter. Aí serei a fonte dos que amam e são proibidos de o fazer...
21 Dezembro 2008

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Dissolver nocturno, limpa a geada do pára-brisas.
Entenda-se que estou só, além palavras que tentam penetrar nesta escrita.
Esgueira-se então a vontade do que tudo quer saber.
Estendo a mão, beija-me não como se fosse o Rei mas aquele que tece o ardor dos amantes.
Há muito que o silêncio se foi, deixou a sua presença.
Vagueiam, estrelas na estrada.
Imóvel, toco os sonhos que se soltam.
Serei Rei de quimeras vindouras.
Abre-se, ou melhor dizendo acorda a realidade.
A essência nocturna ainda se move em volta do carro.
Não sei que escrevo, vagos pensares.
Paro, é o melhor.
Lamechices, convertem-se em pontos que quero afundar...
14 Dezembro 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

As palavras jorram da boca, são leves orgasmos.
Espasmos contidos à espera de um parágrafo.
Poderão ser sem sentido, como estas que te escrevo. Tão pouco me importa que as entendas ou as leves ao peito num abstracto paradoxal.
Não gemo como poderás pensar, grita de prazer antes os dedos que se esforçam por acompanhar a mente.
Sentado no banco que me espera, levanto o olhar sem cessar de ditar o que quero que escrevam.
Tem calma que deixarei umas linhas para que tu que lês possas também obter do prazer que sinto.
Lânguida é a vontade de não parar. Quero mais e mais.
Nunca saciarei este sentimento que me invade abruptamente.
Quando em teus, não de ti que me lês - peço desculpa se te ofendo. É para aquele que me embala e me eleva - braços me deito, a fome é outra. Mas escrevo sempre em teus lábios o quanto é belo amar e ser amado.
Vai vertendo palavras, o corpo acalmou.
Mato o êxtase de mais um orgasmo com um ponto final.
Afinal tudo tem um fim, até o mais leve prazer de um poema te escrever.
02 Dezembro 2008