sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Rasgos de pensamentos, brotam como cogumelos.
Dançam e brincam entre os espaços vazios do meu cérebro.
Corpo que quebra impotente, calma profunda, estado Zen.
Memórias ensanguentadas, cobrem tudo.
Fechar de olhos, dormência abstracta.
Emito sons, mudos, outros ocos que são prependiculares a um vazio.
Acordo no nada, peso que suporto.
Que é de mim?
Diluído nas gotas da chuva, arrasto-me no infinito.
Onde vais? - Perguntam-me num tom ordinário.
Sei lá, sei que vou onde tiver que ir, embora saiba que o retorno de mim não mais voltará.
15 de Janeiro de 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pensamento vago, escorre entre as frestas de uma goteira.
Plin, plin, plin.
Corpo que se contorce, solta-se um ai. Acende e apaga a luz, visões nocturnas.
Sai do armário um hálito quente, toca o corpo.
Sente-se a diversão afiar a língua, acto contínuo de prazer.
Todavia, rompe-se o fio condutor de um sonho.
Manjar de excitação, términus num acto solitário.
Tal qual o de uma puta, tanto prazer experimentou.
Nenhum a alma lhe tocou.
Jorrar de água na janela, a noite que brotou devagar entre lençóis.
O luar que cheira a jasmim, nárcisos.
Pecado com sabor a solidão, drama que compõe um soneto.
Atirado janela fora, agarra-o. A maldita puta que tem como fado despir e fazer sair o prazer da solidão.
Sendo ela a mais só dos seres...
06 Janeiro de 2010
Ausência de mim, pensamento que aperta o esgueirar de mais um amanhecer.
Longos são os braços que me tocam, inquetitude demorada. Talvez pausada, carente de um espreguiçar.
Apartai-vos vós que pecais, não querendo injúrias, maus agoiros esqueço o que já esqueci.
Quem me dera, ser a chuva que lambe o céu e rasga o céu.
Dor que se sente, paz que invade.
Horas mortas batem no relógio, acto contínuo de ver a vida desfilar.
Anoréctica, parca quando deveria ser farta de prazeres.
Castigo à carne, não pensa mas teima em filosofar em bocas tão desertas de calor.
Onde estou? Não sei que fazer, mudaram o cenário, o elenco.
Nada se fará, deixai que anoiteça e aí gemer-se-á de loucura pela máscara que caiu e o corpo que se abriu.
31 Dezembro de 2009
Quem és?
Tu que me olhas do outro lado da janela, teu rosto meio triste, olhos bem abertos.
Que queres de mim?
Deixai-me estar, não vês que carrego a dor.
Não sorris, não falas.
Olhas-me somente, olhar meio perdido no nada.
Silêncio que impera, vontade de te bater.
Vem daí, conta-me que te vai na alma.
Mantens-te nesse olhar, deixo-te estar. As tuas pupilas dilatam-se, que pensas?
Uma lágrima corre, segue livre em direcção ao abismo de morrer no chão.
Penumbra que nos ilumina, mexes os lábios; pergunto mais uma vez quem és?.
Ao que respondes: Eu sou tu!
21 Novembro de 2009