sábado, 12 de março de 2011

Diana Ross - Do You Know Where You're Going To?






Mistura-se o ardor da noite que salpica o céu com o esmorecer de um sol que desmaia sobre o mar. O corpo que se arrasta em linhas um tanto ou quanto duvidosas.




Salvem a alma, o choro que avulso se vai contendo num ai. Gritos ao longe, quem os ouve? Avista-se uma mão que estrangula o horizonte, abre o peito, uma boca que se fecha e abre num tremer de dor.




Um dedo que se coloca a jeito, sustem a respiração, dançam as gaivotas no ar, mau agoiro descrevem.




Morte aconteceu, silêncio, não queiram acordar o aperto que deambula algures entre a esquina e o olho que quer chorar.




Lamento, palrar do corpo que se deixou ficar. Agora, olhando o vazio, avista o enterro de um sorriso que se esgueirou nos braços de uma lua nascida, lambida pelo universo. Negro poderá ser o espaço onde se habita, o olhar que se cruza com o sofrimento.




17 Maio 2011

Elton John - The One



Neste minuto de solidão bastar-me-ia uma palavra, uma lágrima, um beijo quem sabe.
Tudo o que sei é que escorre pela minha face cânticos de carpideiras, bustos de musas que há muito desapareceram.
A noite desliza por entre as notas de música, o fumo que se vai enrolando nos lábios, um pouco gastos pelos gemidos e soluços.
Como bastava que uma palavra voasse e sobre mim pairasse, a mensagem seria clara: És tudo o que preciso.
Escárnio dos segundos que teimam em parar, as mãos cobrem a cara lapidada cujos contornos se desfazem em mais um lamento.
Sopro que vem de longe, mais parece um múrmurio, será que lembras-te de me falar?
Não és tu, simplesmente o vazio da minha alma que se libertou o céu apertou e em mim o frio despejou.
Serei o único, talvez no meio da penumbra a ditar o que se há-de escrever quando poderia estar a delinear com a língua os traços do teu corpo...
12 Março