sábado, 29 de janeiro de 2011

Norah Jones - Turn Me On



Vesti-me de palavras impróprias, ruas sem sentido, becos obtusos.
Flutuo entre o medo e o preconceito, finjo que não volto. Caio entre a imundice que são os pensamentos.
Vagueio entre a maré que me lambe os pés, direi que serei o pertérito-mais-que-perfeito.
Mudo de rumo, de tom, de pele. Esmurro o vento que me espanca, lágrimas que ficaram presas num olhar.
Não quero a solidão de olhar um luar a nascer entre a ondulação do teu corpo.
Salto entre a bruma da minha vontade e o prazer que me assalta.
Não quero mais escrever, cansei de ditar aos dedos o que me vai na alma.
26 Fevereiro

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tore My Heart - OONA [Full-Version]



Dos rasgos do meu coração, saem vozes, talvez alucinações. Imagens, sons que me atormentam, me fazem divagar para um plano paradoxal onde faz frio, muito frio.
Voa em tua boca murmúrios, estendo a mão, a minha nudez obriga-te a fechar os olhos.
Choro avulso, medido por um copo mal feito e sem nexo. Algures entre o meu estado dito normal e a loucura que se apodera no clímax da noite, solto as amarras.
O subconsciente larga os vapores, fuma dos meus cigarros, bebe do meu sangue, sonho o quê? Poderia dizer-te mas não te faria sentido.
Faz frio aqui, enrosco-me entre o aconchego do dia que vai amanhando a lua para que esta se venda numa esquina entre o olho que quer dormir e o outro que tem que despertar.
Dou por mim a rir, não me chames de lunático, paranóico. Nunca estive tão lúcido nesta embriaguez, as ondas que me acompanham não me fazem enojar, ou seria enjoar?
Que importa, seja o que for.
Dos rasgos do meu coração, sangue já não sai. O medo estancou-o, eu, nem eu sei para onde me irei estagnar.
18 Janeiro 2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Diana Krall - Love is where you are



Parelelo que se me corta em dois, angustia, ironia e loucura me rondam.
Tormento que me diz que não quer, o quê? Não saberei explicar...
Justifico talvez este acto de insensatez com a chuva que brota de minha boca, dos meus poros. Quis, desejei, vaguear entre a intempérie que baila no negro céu.
Beijos que vêm do nada, alcançam-me como tiros. Corpo que desmaia na lagoa de chuva que bate algures numa persiana já gasta de tanto de lhe tocarem.
A música que penetra na alma, prazer em adulterar as palavras, metáfora de mim para mim.
Estarei pronto? Que importa, venham os seres e vozes que voam sob as horas que pelo relógio deambulam.
Labirinto que me apresentam, Ícaro onde andas tu?, traz as tuas asas. Não vejo o nexo do anexo que me colocaram.
Faz-me sair, gritos que se convertem em dor, espasmos no fumo que se evapora nos lábios...
Descida ao inferno, não de Dante, somente de uma alma que luta sem meios para vencer...