terça-feira, 23 de março de 2010

O meu corpo é uma mentira constante, um desalinho cosido em dia não.
Pano desejado por mãos, olhares que o querem pousar. Ter numa mesa, até numa janela indiscreta.
Rasguem, desfaçam em fios. Os poros libertam a goma, enruga-se a ponta.
Está bordado a ouro, a paixão, tesão que outrora foi vincada.
Ilusão de ser o mais tocado, o que poliu e um brilho fez sair do corpo morto que se ergueu.
Mentira, resultado das várias luas que se despem.
Palavras que te quereria mostrar, este pano esconde-se entre uma vontade secreta.
Corpo coberto de mentira, salpicos de vaidade.
Não seremos todos uma mentira elaborada?
Panos pequenos perante o desejo, a vontade de tudo explorar.
Ser a acompanhante de luxo que despe o corpo, mostra somente a carne escolhida entre risos e apalpões.
Sou a mentira dos que julgam ser a verdade.
Que seja, o meu corpo jamais mentirá, somente se disser que não te amo.


23 Mar. 10

segunda-feira, 8 de março de 2010

Barulhos, parece picadas na audição.
Corpo que quer sossego, paz, ir além do que permitem.
Desejo de manifestar a tesão crescente, erguer o sexo.
Sacudi-lo, fazer chover prazer...
Loucura, ala dos dementes o esperaria.
Que importa o desejo, a vontade é cortada por uma faca de dois gumes.
Desfaz-se tudo num cigarro: dor, tesão e insanidade.
02 Março 2010