quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Cegonha ao longe, leva no bico a notícia do entardecer.
A luz desmaia sobre as asas que esvoaçam num abrir e fechar de invejar.
Rasga o céu, a lua que espreita salpica o chão com graves esbocejos.
Vê como voa, leva com ela a eférmide que é o tempo.
Enigma da paixão, desvendado pelo chão que de tanto lhe pisarem grita que amantes até mais não.
A minha mão enlaça-se na tua. Suspiro que se livra da minha boca.
Cai, morre no ar deixando um leve ardor.
Queria ser cegonha, o chão, o luar. Nada ou tudo, mas um coração apaixonado só sei ser.
Resultado paralelo da vida que tenho em torno de uma cegonha que um beijo me tirou.
A meu lado já não estarás aquando a frase terminar.
Ficarei a lembrar que em meu corpo quiseste bicar.
27 Janeiro 2009

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