quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Se pudesse, ter-te-ia sugado a alma num sopro.
Hoje em leves tragos saboreei teu corpo.
Entre os dedos escapaste, um rasto de loucura pulverizou o meu olhar.
Entre um grito e um soluço, o mundo girou. Veio tombar em minhas mãos, não aguentei tamanho peso.
Caí no infinito, perdi-me na negrura.
Talvez por não falar de cor, o coração fraquejou.
Jorraram palavras, subtis dizeres amanhados por uma língua sedenta.
Mais uma vez, tantas outras iguais, um pouco de mim cedeu.
Que eu seja a estátua grega, pálida, leve no sentir.
Gélido olhar mostrarei, mantendo os átomos da anatomia do que foi um coração nas mãos.
Estagnei, sem saber bem o porquê, ainda te escrevo.
Os olhos não vêem, mas os dedos teimam em falar.
Amar, amar que nem um louco, tão louco já o sou.
Ultrapassei o patamar da insanidade, não faz mal.
Tão louco é aquele que ama, quanto o que a cura deseja.
22 Setembro 2009

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