domingo, 14 de fevereiro de 2010

Jaz folhas onde estou, caíram sem dor da árvore que as viu nascer.
Nudez que se expõe acima da minha cabeça. Acaricio ao de leve o tronco, áspero, ardente, queimado por um sol que à muito foi dormir.
Não sei onde poderei estar, não importa o espaço e tempo.
Anseio, algo que não poderei descrever.
Recordações, momentos, fugazes espreitam na minha mente. Tento agarrar um, caem ao de leve de meus olhos.
Não será tristeza no sentido que lhe poderíamos dar. Saudade talvez, eterna e somente saudade.
Consigo agarrar um beijo, coloco em meus lábios. Tremo, estremeço, enlouqueço.
O ser humano contenta-se com tão pouco, hábito adquirido, talvez exigido pelas intempéries das vida.
Sacio o desejo, que importa como?
Banha-me um luar lânguido, acompanho-o com um cigarro. Envolvem-se ambos, olho além horizonte.
Coloco o tarôt diante de mim, vidente não sou.
Também não desejo o futuro, o presente é por vezes angustiante. Outras cheias de violentos espasmos, suor que cola dois corpos.
Deito-me, deixo-me guiar por uma asa que veio brincar comigo.
Choro avulso, mais não escrevo.
Vou descansar tal qual as folhas que me acompanham.
14 Fevereiro 2010

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