quarta-feira, 19 de maio de 2010

Do corpo saem ervas, raízes que se estendem e provocam o solo.
O tempo pousou algures entre a mão estendida e a lágrima que rolou.
Não rego a íntima parte, para quê?
Se o tempo se levantar e embora for, nada me restará a não ser saudade, que se contorce e adormece em meu peito.
Quem aguenta sóbrio com tamanha secura?
De vastidão de censura, ansiedade, misturada com vontade.
Quis o desejo que te apartasses, navegasses quimeras distantes.
Esconde-se a inquietude, assanha-se o pudor.
Enraizado está o esqueleto do que outrora esperou.
Todavia, não esmoreceu o ramo que floresce, talvez me deixe ficar.
Partir não poderei, que voe na lua que me acena o corpo nu que lá longe larguei. Raiz de mim será, quando e somente me libertares do tempo que se esqueceu.

18/05/2010

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