quinta-feira, 6 de maio de 2010

Da boca, saem orgasmos, espasmos que descontrolados surgem sem razão. O corpo desnudo, tapa-se com o luar que desce em jeito de desfile sobre a nudez que se avista. Será prazer? Talvez não se a alma sente tristeza, leves pesares. Cândida poderá ser a forma como a mão leva o lenço aos olhos, a boca de vez em quando espirra mais um clímax. Insensato, escandaloso talvez, o corpo tem destes despropósitos. Choro que vem de mansinho, brinda a imensidão do vazio que ronda o exíguo e frio espaço. Quem dera o ser abrir as entranhas, expor o que quer dizer. Dizê-lo em surdina, não adianta. Não sobrevive o eco que tenta chegar o mais longe que pode. Dor, tristeza, sofridão, como se poderá definir? Nem a própria tristeza se sabe definir, dor pode ser aguda, cortante e latejante, sofri dão não é visível mas bate no fundo dos olhos. Corpo que se deixa cair, boca que termina de jorrar o insólito. Fecha-se os olhos, infinito circunda. Roda gigante de adjectivos e sentimentos, longe vai a vontade de ser o que quer que seja. Beijo que se solta, envolve-se na boca. Um orgasmo não saiu, somente a dor pela vida que se tem.
06/05/10

1 comentário:

Ana PAtrícia Peguinho disse...

Amei ;) Simplesmente fantástico =D
E olha que eu não sou grande apreciadora de poesia!!