segunda-feira, 14 de junho de 2010

Não poderás saber o que sei, o que disse, o que direi, seria desfolhar as palavras que estão trancadas.
Não terias sensibilidade, virilidade e até mesmo calor para as entender.
A melancolia que trago está disfarçada de um alegre sorriso que teima em se pendurar nuns dentes que ao longe choram, gemem por mais...
Os olhos que vêm não são mais que opacos espelhos, visão distorcida de algo que vai cá dentro.
Não poderia arrancar e deitar ao vento, perder-se-ia algo grandioso e quem sabe precioso.
Que queres que eu diga?
Nada poderá afirmar, nem na sua forma de hipotética.
O corpo esgueira-se por entre as vicissitudes da vida, baila com o sentir e o desejo. Queima por dentro o pavio que se elevou, o rosário que conto não passará de mudos sons.
Quis eu prolongar o amanhã, mas o hoje ainda não terminou.
Gula do desconhecido, insatisfação do saber e desejar.
Não quererás que te diga o que sei, cá dentro o mar se revoltou e a terra abrandou.
15 Junho 2010

3 comentários:

Ganchorra disse...

Meu amigo...um texto lindo como já nos habituaste. As tuas palavras parecem assumir a forma de um desabafo interior, em que deitas cá para fora o que pensas, sentes, o que queres dizer e não dizes...um grito de alma!

Ana Patrícia Peguinho disse...

Meu querido primo, muito profundas as tuas palavras, ideias, pensamentos, sentimentos ...
Esse dilema acabará um dia, a incerteza dará lugar à decisão :)
Segue o teu instinto e o teu coração!!
Step by Step ... ;)

Unknown disse...

A vida é um eterno dilema, e uma corrida para tentarmos alcançar um pouco de felicidade que ás vezes parece que é inantigivel.... mas nada é impossivel e temos que procurar essa felicidade nos pequenos promenores da nossa vida... seguindo o nosso coração apenas...