domingo, 6 de julho de 2008

Olhai aquela pobre alma que implora misericórdia.
Em joelhos, pede que não a deixe.
Nada faz demover o homem que suporta as lágrimas e pesar da que enche o passeio de sangue, sangue que jorra do olhar.
O homem vai, a que chora levanta-se.
Tomba para o lado, embriagou-se com o odor do seu amar.
Vede que ela traz ao peito uma pedra de gelo, o coração entregou-os aos pombos.
Já não chora, chorar seria resposta ao que lhe perguntaram.
Deixem-na estar, ela com o tempo destilará a raiva, a angústia.
Escrevo sobre ela, enquanto a vejo dançar seminua por entre o jardim.
Será o fim de quem ama?
Não pretendo aquele fim, também não tenho motivos para o pensar.
Olho a pobre alma, olhai também tu.
Vede como ela se atira à noite, fornica que nem uma louca com o lampião que lhe acende a lamparina.
Já ela tinha mexido e remexido o cú do banco onde caiu, encontrou um beijo esquecido.
Tira-lo agora do bolso.
Entrega-mo dizendo: Sê feliz, tu que me observas.
Não deixes que te envenenem, é tudo injúrias.
Guarda este beijo, tira-o quando tiveres só.
Cola-o em tua boca e saberás que o teu amor em ti pensa.
A alma que pobre já não é, saiu lentamente.
Deixou um rasto de dor a arder no chão.
Lambo esse rasto, os meus lábios explodem, coloco o beijo.
De ora em diante sei que pensas em mim.
E a alma, a alma sempre presente estará.
A chorar para todos lembrarmo-nos que por detrás de um grande amor há a loucura de ser infeliz.

06 Julho 22h50

Para uma amiga

1 comentário:

Anónimo disse...

se quiseres aceita também um beijo de um louco que procura mais a paz do que a felicidade que o abandona...

ZAPper