quinta-feira, 21 de maio de 2009

Lamento que lamenta o que já lamentei tantas noites.
Fumo num banco já rasgado pelo tempo que me afundei a escrever para ti.
Tépido vapor sai de mim, quebra a ausência do suor que deitaria...
Deleito-me com mais um esgueirar do pensar.
Outrora chamaria uma carpideira e uma guitarra portuguesa. Um fado comporia em jeito de desgraça.
Esta noite não quero que o fado me cubra com o xaile.
O corpo vagueia nessa loucura que sentimos, as palavras apenas prendem o órgão que palpita por um palpite que nem tão cedo uma noite irá ter.
Roer o ar que me abana faz saciar, talvez o ardor que se pôs a jeito em meu peito.
Cruzo ou entrelaço a boca num fio de luz.
Hoje lamento não ter roubado o tempo que nos faz pensar que pouco tempo temos sempre.
20 Maio 2009

Sem comentários: