segunda-feira, 25 de maio de 2009

O doce amargo que deambula, anseia, suplica um beijo.
Entre palavras e gemeres que venha o calor, a ténue dor do final.
Desfia-se no céu a sagaz vontade do voyeur que queria ver o que não lhe deixam transparecer.
Dançam o tango rua abaixo dois candeeiros, ai que o ciume do lampião vai explodir.
Juras eternas duas lágrimas que rolam da face do cigarro teimam perder no nada de um cinzeiro.
Corpo que suspira, nudez que demonstra.
Longe vai a aurora que entrava num êxtase de loucura.
Chamem o doce do amor, expliquem ao amargo do não ter que a vaidade dos amantes não tem medida.
Recolham os olhares, dois em um tornar-se-ao.
Revira o olhar a noite, tão bem ela sabe que quem ama e amado é tanto tem o doce como o fel na ponta da língua aquando um beijo se dá...
24 Maio 2009

1 comentário:

Anónimo disse...

Vaidoso é o que me apraz dizer.. escrever... antes isso do que sovina e guardares estes instantes só para ti.