segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nocturno - Chopin

Vagueia um homem sem rosto, folhas que o encobrem. A noite desmaia a cada passo que dá, não há sons, cheiros.

Imparcialidade dos transeuntes, inexistência de um cumprimento.

Quem és homem sem rosto?

Que trazes em teu coração, porque vagueias no soturno da noite?

Olha para mim, estou aqui, sim.

Não vás, deixa que te estude, te faça falar.

Também eu o rosto há muito perdi, aliás perdi-me em ruas e vielas, oblíquas, outras circulares, sei lá.

Bem sei que não pensas, tal como eu pensara em tempos, quimeras e futuros lambidos por uma vidente.

Deixa que te acompanhe, prometo não falar, serei a tua sombra.

Onde estás homem sem rosto?

Que fazes tu atrás de mim?

Serei eu a tua sombra e não tu a minha...

08 Novembro 2010

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