sexta-feira, 20 de junho de 2008

Há uma mão que me aperta, estrangula.
Não sei de onde vem, sufoca-me.
Sinto sonolência, não vejo o barqueiro. Também não teria uma moeda para pagar a viagem.
Tento gritar, a voz está cortada.
O meu corpo não reage, deixo-me levar.
Olhando em redor, as vozes jogam um jogo de apanha e foge.
Não choro, chorar seria viver na tristeza de quem tudo perdeu.
O cérebro parou, quero ir mas a acção espera o click do take do realizador.
A mão não me larga, toco-a.
É fria, áspera como lixa.
Fecho o olhar que me pica a visão.
Escrevendo enquanto me estrangulam faz com que vá para outro lugar.
A mão acompanhar-me-á.
Nada importa, se a mão que me mata é a alma que transporto.
20 Junho 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

nestes casos o melhor é ter algo à mão para combater o pensamento :)

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