quinta-feira, 19 de junho de 2008

Se me dei em outra quimera não o sei.
O Inverno do ser por mim terá passado. Ainda hoje réstias de folhas secas de plátano bailam em meus olhos.
Dar-me a quem?
Poderia falar entre dentes que mostram o fumo de quantas insónias de mim saiam.
Houve um tempo em que ter tempo era a dor a macerar os dedos que gemiam a cada palavra que escreviam.
Que interessa se me dei?
Lembro o tempo em que me dava às pedras da calçada pelo puro prazer de ter com o que me entreter.
Hoje, dou-me a nada e a tudo, jogando o coração na boca de quem me adoça.
Nunca em tempo algum me dei, conjugava mal as orações das frases que lambia ao anoitecer.
Poderei concluir que hoje envergo a lua cheia aquando teu ser me canta o fado dos amantes.
Dar-me, dou-me a ti que te deste a mim ...

19 Junho 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Dar é um dom... obrigado por nos dares as tua palavras!
Por mim, gosto de te dar um pouco da minha atenção na conjugação das palavras que nos dás!
Obrigado.

ZAPper