terça-feira, 30 de setembro de 2008

Até mim chega o soluçar de uma criança.
Abro a janela, vejo um pequenote com olhar carmim.
Ao ver-me foge, esconde-se na penumbra.
Canto uma canção de embalar. O inocente aproxima-se.
Sinto que me esmurram, vejo-me naquela criança.
Sentir transversal, obscuro.
A infância que rasguei fragmentou-se e ali apareceu.
Sinto o seu chorar em mim.
A penumbra que o acolhe dissipa-se.
Estou tonto, falar neste momento será como abrir o livro que já li.
Fecho a janela, enrosco-me a uma música que o rádio cospe.
Adormeço, pensamentos e sonhos à rua deitei.
08 Setembro 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Deixa que essa criança escreva algumas linhas de quem és!
abraço!!!