quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A luz que acendeu, o gato que se escondeu.
Resta somente o olho da bisbilhoteira que me vê.
Não quero que me veja, escondo-me atrás da palavra que deixei a meio.
Estrangulo mais um cigarro.
A boca reclama que o abre e fecha é demais.
Não faço um caso do caso que ela me diz.
Deixo-me envolver na inexistente brisa.
Lá vai um transeunte à fonte.
Leva com ele o garrafão do vinho.
Maldita embriaguez.
Sinto-me embriagado só com o gesto.
O toque do chão arrepia-me a pele.
A palavra já se perdeu no gemido que dei.
Pontapeei a vírgula. Não vou agarrá-la. Deixa-a estar, outra virá.
Dispo o fato de ser para me deitar na métrica do poema que queria fazer.
31 de Agosto de 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

Giro esse "jogo" com a gramática! ;)