domingo, 11 de maio de 2008

Amanho a saudade, está viva. Salta-me das mãos, quer fugir.
Agarro-a, não a controlo.
Ficou mal amanhada a desgraçada.
Lambo o sal e as escamas que ficam no alguidar.
Amargura entra em mim, bebo um copo de vinho a fim de empurrar tudo.
Não me desce, a saudade goza comigo.
Lanço-lhe um mau agoiro.
Ela que se ri, eu que caio embriagado.
Canto um fado, o fado de sempre - a desgraçadinha.
Não sei eu cantar outro. A longitude entra em mim, choro copiosamente.
A saudade senta-se a meu lado. Aplaude as notas que saem de mim.
Deixa-me terminar de amanha-la.
Coloco-a depois numa moldura, só assim saberei o quanto é duro amar.


10 Maio

1 comentário:

Anónimo disse...

o quanto é duro amar, e ter saudade do que nao se tem...janao vinha ca ha muito tempo mas vejo que continuas talentoso, e que de tua mente saem coisas fantasticas.só me doi que tenha de te doer para que essas coisas saiam ca para fora...bju