terça-feira, 13 de maio de 2008

É nas palavras que encontro o eco que corta esta dor de ser um ventríloquo nas mãos da hipocrisia.
É nas reticencias da prosa que delineio que atinjo o verdadeiro orgasmo.
Nas palavras corto a língua, coloco a exclamação e aí, desfio a dor, tesão, o fogo que me rebenta a alma.
Quero ser a vogal que está atrás ou à frente do secretismo do enigma.
É na escrita que penetro o meio e a conclusão enchendo o papel com a água que quero deitar.
Neste momento sou o acento obtuso que se esconde.
Timidamente olha, apalpa as palavras e com elas vibra.
É na escrita que sou o Pessoa que veste Florbela para beijar o lírio com um soneto nos lábios.
É na escrita que sou a mulher que vira homem.
12 Maio

1 comentário:

ContorNUS disse...

Gostei de te ler...

voltarei