terça-feira, 20 de maio de 2008

Olhando a mulher que chora penso que pesar será aquele.
As lágrimas nem chegam a tocar o chão, há uma outra que as colhe e guarda-as para mais tarde o chão lavar.
Há uma puta que mal consegue fechar as pernas, está cansada - ainda agora a noite nasceu.
Eu olho, em todas elas me vejo e revejo.
Lanço palavras à noite, não há vento que as leve.
Pesam-me as mãos, os olhos que querem se fechar.
Puxo de um cigarro, engulo o fumo.
Bailo com a música que sai da rádio.
A que chorava recolheu-se, a outra foi varrer o coração e a puta um novo cliente apanhou.
Aceno um leve adeus ao meu eu, vou para parte incerta de mim mesmo.
Serei o cliente da puta de mim que chora nos intervalos e lava o corpo em teu amor.
19 Maio

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