quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sentado no degrau que separa a fantasia da realidade, vejo a lágrima que dança no teu dedo.
Poderia ser um adorno, tal qual a aliança que um dia teremos.
Mas uma lágrima vi, a lágrima que limpaste do meu olhar.
Tiro o cigarro que não fumarei, será apenas o acto de lembrar-me que poderia ter feito amor contigo.
Vejo o horizonte a nu, lá não estás.
Não é a altura de nos vermos.
Tiro a pouca roupa que vesti, estando nu sinto o perfume que usas libertar-se.
O meu corpo será o pergaminho que a mão que o acaricia e estimula um verso escreverá.
Desloco a língua, enrolo-a em cone e começo a escrever: A veia que palpita poderia ser o coração.
Não tem jeito de o ser, se o meu coração te dei e tu com ele te guias.
Será a veia um holograma do que pretendo? ...
Paro a escrita. Coloco a língua de onde a tirei.
Teimosia que reina, não quer voltar ao seu lugar.
Diz-me que o teu lábio quer lamber e teu corpo comer.
Faz frio, será alucinação por estar nu.
Agasalho-me de novo, empurro-me para a realidade.
De forma cândida e lânguida desço o degrau, sombra escura me persegue.
Paro, escuto e tento ouvir.
Será apenas o desejo de te amar que me acompanha quando a saudade e a melancolia param para se amarem.
Sigo em direcção ao verbo amar.
Paro no tempo verbal - Infinito.
Aí conjugo o que poderei conjugar, apenas porque te quero amar.
21 Maio

2 comentários:

ContorNUS disse...

se perferes fotos preto e branco aprecia a galeria http://olhares.aeiou.pt/galeriasprivadas/browse.php?user_id=80215&id=107024 obrigada pela visita ;)

Anónimo disse...

é um risco comentar alguém com esta capacidade de escrita... só posso mesmo dizer... continua! ;)
Jp (ZAPper)