segunda-feira, 7 de abril de 2008

Cresci na terra, fui criando raiz.
Banhou-me o sol, a chuva me beijou. Cresci, não querendo ser a altitude do que me rodeia.
Hoje sou uma árvore, que floresce.
Estou a abraçar o outono quando deveria estar a fazer amor com a primavera.
Sinto que sentam debaixo de mim, beijam-se, fazem amor, comem.
Deixam-se sempre só.
Só não, tenho a andorinha que em mim pousou e o seu ninho criou.
Andorinha queres casar comigo?
Bem sei que somos diferentes, mas não poderíamos ser uma equação exacta.
Deita-te em meu ramo.
Daqui não posso sair e mesmo que migres e eu esteja em plena nudez em meu coração te poderei aconchegar.

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