segunda-feira, 7 de abril de 2008

Tic-tac, tic-tac, tic-tac ... O relógio avança não havendo nem tempo e medida que o faça parar. Tic-tac, tic-tac ... Olho em volta, todos se mexem como robots. A mulher que finge que lê, o homem que a olha pensando que podia come-la. Tic-tac, tic-tac ... Anda tudo ao meu redor, poderia me matar. Ninguém daria por isso. Poderia gritar, chamar-me-iam louco. Tic-tac, tic-tac, o relógio que teima em não parar. Deambulo por entre o espírito de cada transeunte, não será a palavra mais certa. Transeunte é aquele que se move. Estes são fantoches, agem consuante o hábito?, senso-comum? Tic-tac, tic-tac, chego ao fim da linha. Movo-me mecanicamente também.Piso o chão. Este geme, andam sobre ele, mais parecem elefantes trombudos. Pisam-no e tornam a pisar a sua dor. Os fantoches foram arrumados cada um em suas caixas. Tic-tac, tic-tac ... Estou só, para onde vou? Torno-me num fantoche também? Procuro o senso-comum. Este não me quer, rejeita o meu ser. Encontro o saber que me estende a mão. Tic-tac, tic-tac ... Diz-me que sou um fantoche enquanto ser, mas enquanto saber sou o poeta que manipula as palavras e o ser. Tic-tac, tic-tac ... O que sou afinal se não um tic-tac de mim mesmo ...

24 Março 2008 18:13

Sem comentários: