segunda-feira, 21 de abril de 2008

Escrevi na página anterior a amargura de ter o que não quis ter não podendo obter.
Redundância se poderá ler.
Mas na verdade o verbo amar isso trata.
Vesti a paginação com a metáfora, que teria eu na cabeça.
Chorei muito, a alma rompi, os olhos limei.
Tudo escrevi, o que quis quando não desejei.
Em outra quimera, bem pensava amar.
Não o poderia fazer, a minha vontade já tinham colocado no purgatório.
Espancaram as palavras e frases curtas que escrevi.
Em outra página, gemi e macerei a vontade.
Vontade de lamber o fado que caia da boca do fadista puritano.
Com a mão que hoje escrevo, outrora neguei a boca que beijo.
Em outra página fingi que o ser ou não ser é uma premíscua solidão.
Na página oposta derramei o desejo de ser Homem quando em toda a pura verdade, homem já eu era.
Olha para a página que termino de escrever e nela vê.
Vê que amor, tesão e paixão são redundâncias quando em teu corpo entro.
20 Abril 01h13

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