domingo, 6 de abril de 2008

Tu que me espias ...
Sim és aquele que me despe a alma, me sacia a vontade de amar e ser amado ...
Deixa a janela que junto da minha cama coloquei ...
Desce daí, vem ter comigo ... Sabes que me encontro entre a vírgula e as reticências de um poema ... Anda ...
Vens quando não estou, para roubares o perfume que na cama deixei ...
Foi propositado, em ti pensado e por ti criado ...
Da janela que me vês, nú sempre estarei ...
Poderei apenas vestir o fado que tantos cantaram ... Mas que nenhum soube tocar ... Vem ...
Colocarei a escada, a lua irei apagar e o meu corpo ...
O meu corpo irás encontrar mergulhado entre um soneto da Florbela e uma prosa do poeta que julga saber ainda escrever ...
Tu que me vês para poente me levarás onde jamais saberei saborear o fel de não te amar ...
10 Novembro 2007

Sem comentários: