quinta-feira, 17 de abril de 2008

A puta, na rua acena-me.
Finjo que não a vejo, acelero o carro.
Para trás deixo alguém que perde um cliente, paciência.
Mas penso que vida aquela daquela alma.
Se bem que na verdade todos somos prostitutas.
Ora de nós mesmos, de um patrão que nos chula, de um outro alguém que amamos mas muitas vezes fingimos ter prazer apenas para que tudo termine.
Somos putas que se levantam cedo e deitam tarde. Batemos com a mão no peito e dizemos: que pouca vergonha isto ou aquilo ou sabe-se lá mais o quê.
No fundo temos vergonha, medo de sairmos para a rua e abrirmos não as pernas mas a boca e a alma expondo o que pensamos.
A puta que para trás deixei não será feliz, mas pergunto eu - seremos nós felizes afastando a puta que há em nós?
Pergunta retórica está visto.
Bem deixo-vos a pensar na puta que todos temos.
Quanto a mim, puta já sou, saudações a quem o venha a ser.
Até já.
16 Abril 23:05

1 comentário:

Anónimo disse...

de facto, o dificil por vezes é olharmo-nos ao espelho e ver quão baixo valor temos...o dificil é admitirmos para nós no silêncio frio da casa de banho, e não na rua, onde tantos como nós circulam, e onde é facil olhar para o lado e fingir que não vemos...(está bom assim?)
bj
li
e também quero post no meu!!!!!!